A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) disse que identificou o desvio de pelo menos R$ 5,3 milhões em verbas públicas.
Os recursos eram destinados a projetos do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp).
As irregularidades ocorreram entre os anos de 2013 e 2024.
A informação consta em um relatório final de auditoria interna da fundação.
Com base nos resultados, 34 ações judiciais de cobrança foram ajuizadas.
Os processos foram abertos contra os pesquisadores responsáveis pelas contas.
A análise começou após inconsistências em um projeto específico serem detectadas.
As mesmas falhas apareceram em outras iniciativas do mesmo instituto.
A Fapesp aponta que o desvio foi cometido por uma ex-funcionária da Funcamp.
A Funcamp é a fundação que presta apoio administrativo à Unicamp.
A funcionária usou notas fiscais falsas e transferências bancárias para contas próprias.
Segundo a Fapesp, os pesquisadores contribuíram de forma culposa.
Eles teriam permitido o acesso de terceiros às contas bancárias dos projetos.
Trinta e quatro ações foram abertas nas varas da Fazenda Pública de Campinas e São Paulo.
Três pesquisadores já foram condenados judicialmente a devolver os valores.
As condenações variam de R$ 31 mil a R$ 242 mil, com correções e juros.
Dois docentes optaram por devolver os valores de forma administrativa.
O ressarcimento voluntário somou cerca de R$ 38 mil.
Segundo a Fapesp, o total desviado chegou a R$ 5.384.215,88.
Desse montante, mais de R$ 5 milhões passaram pelas contas da ex-funcionária Ligiane Marinho.
O restante foi movimentado por contas de três pessoas jurídicas ligadas ao caso.
O Ministério Público de São Paulo também conduz investigações cível e criminal.
A Unicamp informou que colabora com o Ministério Público na apuração dos fatos.
A universidade abriu uma sindicância, que foi arquivada após ressarcimentos.
A instituição diz que pode reabrir a investigação se surgirem novos elementos.
A Unicamp disse que ainda prepara uma norma interna para regulamentar o uso de recursos de pesquisa.
A medida pretende alinhar a gestão aos critérios das agências de fomento, como a Fapesp.